O capital de giro é um daqueles temas que todo empreendedor deve dominar. Sua importância para o negócio é imprescindível, afinal, trata-se dos recursos financeiros essenciais para a empresa manter suas atividades.
Enquanto os negócios mais bem sucedidos dominam de forma brilhante a gestão do capital de giro, outros acabam se descuidando e se veem em sérios apuros. Então, se deseja compreender mais a fundo esse conceito, como calculá-lo e seus impactos no controle de seu negócio, confira o artigo!
O que é capital de giro?
O capital de giro é um montante de recursos financeiros que a empresa deve manter para pagar suas despesas do dia-a-dia,isso porque um empreendimento tem custos e despesas que devem ser honrados para manter suas operações. Portanto, todos os modelos de negócio precisam dele, independente do seu nicho e porte.
Este capital abarca desde os custos da matéria-prima (fornecedores) até despesas operacionais e de manutenção, como aluguel, energia elétrica, internet, folha de pagamento dos funcionários, entre outras.
Ele é a reserva financeira que a empresa precisa manter em caixa para pagar essas despesas, no intervalo em que aguarda receber de seus consumidores. Enfim, uma organização só pode se manter, produzir, prestar serviços e atender seus clientes à base desses desembolsos, logo, é um dos fatores diretamente relacionados à gestão da saúde financeira do seu empreendimento.
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Qual a importância do capital de giro para meu negócio?
O capital de giro é fundamental enquanto estratégia de gestão financeira e age visando construir um equilíbrio essencial para que o seu negócio consiga se manter ativo no mercado. Se uma empresa descuida e desconsidera essa relevância, passa a estar vulnerável a sofrer uma série de consequências, tais como:
- Pagamento de juros por atraso nas contas;
- Negativação em órgãos de crédito e governo;
- Pagamento de preços mais caros junto aos fornecedores devido ao mau histórico;
- Pagamento de salários e contas atrasadas;
- Score de crédito bancário ruim;
- Má reputação entre colaboradores, clientes e concorrentes.
Quais os exemplos de uso do capital de giro?
Inicialmente, o capital de giro é formado pelo aporte inicial dos sócios fundadores. Sendo, portanto, o capital inicial do momento de sua fundação, que, com a evolução e maturidade do negócio, passa a ser alimentada pelas vendas.
Para compreendê-lo melhor, acompanhe os seguintes cenários:
Situação A: Em geral, é muito comum que a maioria das empresas pague seus fornecedores em um prazo mais curto do que o praticado nas vendas aos seus consumidores. Por exemplo: compra-se a mercadoria do fornecedor para pagar em 2 vezes (30 e 60 dias), mas a venda para o cliente permite que o recebimento ocorra em até 4 vezes (30, 60, 90 e 120 dias).
Isso significa que a empresa tem que arcar com recursos próprios para a aquisição em 2 meses, e levará um tempo total de até 4 meses para receber integralmente por essa transação. Existe aí uma lacuna de 2 meses que terão que ser cobertos de alguma maneira, afinal, nesse intervalo as despesas operacionais precisam continuar sendo quitadas, bem como o próprio fornecedor de quem a compra foi feita.
Para que isso seja possível, sua organização utiliza de suas reservas financeiras (capital de giro), para conseguir arcar com estes compromissos.
Situação B: Outro exemplo relevante do uso do capital de giro são as empresas que enfrentam sazonalidade nas vendas. Imagine um negócio que tenha seu pico de vendas no verão e acaba enfrentando nos meses mais frios, uma procura mais baixa.
Para esses empreendimentos o capital de giro é um ponto vital, que possibilita que nos períodos de maior entrada de caixa sejam feitas as reservas necessárias para manutenção nos intervalos de queda de aquisição.
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Quais os tipos de capital de giro?
Esse capital, conforme mencionamos, é um importante indicativo da saúde financeira de um empreendimento, e passa a ser classificado a partir do grau de estabilidade do fluxo de caixa. Portanto, suas diferentes subdivisões são realizadas a partir da finalidade, viabilidade, necessidade de complementação ou carência dessa reserva. Conheça a seguir:
- Líquido: O capital de giro líquido é o montante restante de quando o cálculo do passivo circulante (despesas consideradas fixas) é retirado do ativo circulante (valor em caixa). Quando o valor é positivo, é um indicativo de que seu empreendimento conseguiu desprender dos valores necessários para quitar suas operações e contou com lucro;
- Giro Próprio: O capital de giro próprio é a conceituação relacionada a um empreendimento que consegue reunir capital capaz de liquidar as contas sem a necessidade de recorrer a investimentos ou empréstimos a instituições financeiras;
- Giro negativo: O capital de giro negativo sinaliza que a saúde da sua organização não está equilibrada. Ele ocorre quando o ativo circulante de determinado período não conseguiu ser o necessário para o pagamento de fornecedores e credores;
- Neutro: Sinaliza que as despesas a serem quitadas e o valor disponível para esse desembolso são equivalentes, acendendo um sinal de alerta com relação à necessidade de buscar o impulsionamento de mais lucros;
- Associado a investimentos: É o valor destinado ao vencimento de um investimento previamente estruturado e planejado pelo seu negócio, como a aquisição de novas máquinas ou reforma de um espaço.
Como calcular o capital de giro?
O cálculo do capital de giro precisa considerar algumas variantes. Mas, antes de qualquer situação, é preciso que você enquanto gestor tenha duas grandes lacunas estruturadas.
- Quais são os seus ativos circulantes: Todos os valores que o seu negócio irá receber a partir das vendas, retornos de aplicações financeiras e montantes relacionados aquilo que entrará em caixa;
- Passivos circulantes: Os valores que precisarão ser quitados - despesas operacionais e de manutenção, custos de matéria-prima, fornecedores, possíveis financiamentos e empréstimos e impostos.
O próximo passo então é somar todo o montante relacionado ao que irá receber dos valores que irão ser desprendidos para pagamento de contas. O resultado aponta para a quantia mínima para o prosseguimento do negócio.
O mais aconselhável é ainda que, enquanto gestor, você faça a multiplicação por 6 e já obtenha o resultado que contemple o semestre, fazendo a retenção do valor necessário como forma de se resguardar de possíveis intercorrências.
Como acompanhar e controlar o capital de giro?
Agora que enquanto gestor você compreende mais a fundo os principais aspectos e importância do capital de giro, é preciso também saber como realizar o monitoramento e controle desse recurso. Confira nossas dicas:
1. Realize um planejamento prévio
É imprescindível que qualquer tipo de negócio só seja colocado em prática após um detalhado planejamento e análise.
Infelizmente, na prática, ainda nos deparamos com empresários e administradores que buscam tocar empreendimentos sem ter realizado uma prévia investigação referente aos custos, colocação no mercado, possíveis intercorrências e demais variáveis ligadas ao dia a dia de um negócio.
Todos esses dados e informações são fundamentais para qualquer gestão e a falta de estruturação afetará diretamente a organização. Por isso, faça todo o planejamento e organização necessários.
2. Utilize de ferramentas de gestão
Uma das melhores saídas para a manutenção do capital de giro é ter à sua disposição boas ferramentas de gestão. Nesse sentido, contamos hoje no mercado com tecnologias que possibilitam a manutenção assertiva e rígida do controle de suas finanças. Veja algumas das principais possibilidades:
Um exemplo de metodologia a ser empregada pode ser o uso de software de gestão (ERP), por viabilizar o gerenciamento das operações e atividades do seu negócio, otimizando sua análise.
O ERP realiza o processamento das contas a serem quitadas, da entrada e saída de mercadorias, além de fornecer um módulo de fluxo de caixa onde você possa projetar seus recebimentos e pagamentos a médio e longo prazo, dando mais previsibilidade às execuções.
3. Mantenha a disciplina e negociação em dia
Compreender o ciclo operacional do seu empreendimento dá a você as estratégias necessárias para conseguir realizar negociações.
Se o seu capital de giro tolerar, realize, por exemplo, a concessão de descontos para pagamentos à vista com seus fornecedores ou procure ampliar as opções de pagamento. Dessa maneira, o seu empreendimento passa a diminuir o tempo necessário de financiamento por meio do capital de giro.
Com seus consumidores, opções de venda que oportunizem o pagamento em um período menor e com menores valores de taxas também é preferível. Criar oportunidades de pagamentos à vista pode ser uma boa saída para essa questão.
E sua empresa, como vem conduzindo a política de capital de giro? Lembre-se: com as finanças empresariais todo cuidado é pouco, por isso, mantenha uma postura de vigilância constante, recorra a boas ferramentas de gestão e cultive boas práticas de administração.
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